quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Travessia Ouro Grosso - Itutinga - MG

A Travessia da Serra Ouro Grosso é um trekking de meio dia mas exige uma boa performance do atleta. O caminho percorre campos de altitude, afloramentos rochosos de quartizito e uma incrível dose de cerrado, mata atlântica e vegetação rupestre.
O início da caminhada é na MG-451 que liga Itutinga a Carrancas e, aos poucos, as trilhas vão desaparecendo, e você se encontra no meio da natureza selvagem com risco de dar de cara com um lobo-guará.
Saímos hoje às 8 da manhã e concluímos a caminhada à uma da tarde no Vale das Candeias. Foi lindo!
Maicon contemplando a paisagem no início da caminhada

Primeiro campo de altitude da caminhada com gramínia espeta-cu, muito comum na região

Formação rochosa em quartizito que já foi fundo de oceano

Santiago transpõe muro de pedra construído por escravos no final do Século XVII

Um lindo jacarandazinho no caminho, pausa para uma sombra

Muro de pedra tombado pelo Patrimônio Histórico

Pose para a foto: Santiago e Maicon

Maicon observa a interessante formação rochosa que sempre aponta para o norte geográfico

Candeal no alto da Serra. A transição de vegetação rupestre, mata atlântica e cerrado confere um espetáculo paisagístico

Campo de altitude com canela-de-ema, candeia e quaresmeiras, entre outras espécies nativas

Urubu-rei-de-cabeça-amarela dando seu espetáculo, um voo espetacular

Maicon com Rio Grande ao fundo

Santiago contemplando o visual

Pausa para desaquecer as solas e degustar bananas e maçãs

A janela do quarto de Maicon, de onde ele vê a Serra todos os dias

O Rio, a janela do quarto de Maicon e a Represa de Itutinga

Santiago e Maicon depois de 3 horas de caminhada

Maicon: Garoto Curtlo!

Eu e Maicon no topo da Serra depois de comer um bolo que o Hiago (8 anos) fez para o irmão Santiago pôr na lancheira e servir para a gente com suco de goiaba. Delícias muito bem-vindas!!!
Note a devastação arborícola feita pela CEMIG sob a linha de transmissão, árvores nativas protegidas por lei são derrubadas em vez de receber uma poda adequada

Visão panorâmica que se tem da Represa de Itutinga

Final do trekking no Vale das Candeias.

Maicon posa para a foto entre as flores das quaresmeiras. Que meigo! 

Chalés do Vale das Candeias, palco de muitas histórias!

Rio Grande

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Travessia Itutinga - Cachoeira das Esmeraldas


Pico do Cupim - Divisa de Itutinga com Carrancas
(Marcelo e Emmanuel foram os pioneiros nessa travessia: Curralinho (Itutinga) – Cachoeira das Esmerakdas (Carrancas). Eles criaram uma nova versão da Travessia Itutinga – Carrancas. — Paulo Gaia)

Por Marcelo Pereira
Estou à frente do Caminhada Mineira, um grupo de amigos que frequentemente se reune para caminhar e curtir a natureza. Algo de forma sustentável e sem fins lucrativos.
Montamos um calendário anual de caminhadas que executamos ao longo do ano. Naqueles lugares onde ainda nenhum membro do grupo esteve, fazemos caminhadas exploratórias para verificar o grau de dificuldade e ter condições de repassar informações para o grupo, o mais fiel possível. Assim as caminhadas são mais prazerosas.
A ideia dessa caminhada começou com a dica de Marcelo Máximo, um amigo também fundador do Caminhada Mineira, para fazermos um passeio na região de Carrancas.  Como adoramos travessias, comecei a pesquisar algo nesse sentido. Encontrei na internet alguns relatos de pessoas que repassaram o conato do Paulo Gaia, proprietário do Zzz Home Hostel em Itutinga. Paulo nos ajudou com informações sobre as trilhas, contatos de pessoas para dar suporte. Juntei as informações recebidas e relatos que encontrei na internet e fiz uma pesquisa no Google Earth. Assim consegui informações suficientes para fazer a nossa caminhada exploratória.
Por ser no final de semana depois do carnaval, tive dificuldade em arrumar alguém animado para fazer essa caminhada exploratória comigo. Felizmente o amigo Emmanuel animou em conceder a gentileza.
Saimos de Belo Horizonte às 5:00 h da manhã de 16/02/2013 em direção à Itutinga. Fomos de carro para facilitar o retorno. Emmanuel foi contando suas experiências em plantões médicos no Pronto Socorro João XVII. Fiquei muito interessado no assunto e quando assustamos estávamos chegando a Itutinga, por volta das 9:00 h.
Procuramos por Paulo Gaia e não tivemos dificuldade alguma para chegar na casa dele. Nenhum de nós conhecia Paulo Gaia e sua esposa. Foi uma simpática surpresa, eles sempre sorridentes, atenciosos e prestativos. Paulo Gaia fez um café e nos apresentou a sua casa.
Emmanuel percebeu alguns quadros de caricaturas pela casa. Paulo é ilustrador e editor de livros. Não demorou muito e Emmanuel fez uma encomenda de uma caricatura sua.
Deixamos o carro na casa de Paulo. Erasmo, taxista, com uma Doblô, nos levou até o ponto inicial da trilha, após percorremos uns 24 km de estrada de terra. Começamos a caminhada por volta de 11:30.
A caminhada começou no Curralinho e logo subimos a Serra do Galinheiro. A serra não é muito alta, mas tem-se uma ótima visão panorâmica de toda a região.
Eu me localizando

Decidimos fazer a trilha em 1 dia para sobrar tempo no dia seguinte para visitarmos as cachoeiras em Carrancas.
A serra é repleta de muros de pedras, feitos para divisão de terras, provavelmente na época da escravidão.
Durante o trajeto passamos por 2 casas de marimbondo e 1 enxame de abelha Europa, mas felizmente percebemos a tempo e não fomos picados.
A trilha no alto da serra tem poucas árvores de porte e pouca sombra. Nesse dia estava um sol maravilhoso tornando o dia muito bonito.
Durante o percurso tem poucos pontos de abastecimento de água, por isso há necessidade de levar bastante água.
O Portal de Sete Pedras

Passamos pelo Portal de Sete Pedras e logo alcançamos a Serra de Carrancas.
Avistamos o Pico do Cupim, imponente, e fomos em sua direção.
A água de Emmanuel acabou, ele ficou tímido e não animou beber um resto de água babujada que eu tinha. Nem uma água com cocô de vaca que tinha por ali... rsrsrs.
Juntou o sol forte, o sono, cansaço e o Emmanuel não animou subir ao cume do Pico do Cupim, ficou tirando uma soneca na base do pico enquanto eu subi para curtir o visual.
Os muros de pedra construídos por escravos são constantes em todo o percurso
Depois do cochilo revigorante Emmanuel parecia que tinha bebido “suco de frutas gummi”... rsrs, estava todo animado para caminhar.
Nessa hora começou a chover e seguimos caminho em direção a Carrancas.
Decidimos pegar uma trilha para tentar sair em alguma das cachoeiras de Carrancas, mas já estava turvando para anoitecer e não teríamos muito tempo de luz do sol. Decidimos pegar uma estradinha de terra antiga para descer a serra com mais segurança.
Saímos no final da Serra de Carrancas, perto do Rio Capivari e seguimos a estradinha em direção a Carrancas.
Num ponto conseguimos sinal de celular e ligamos para o taxista Erasmo. Mas não tínhamos informação suficiente para ele identificar onde estávamos. Dessa forma ele não teve como nos resgatar.
Idelvando e Emmanuel

Passamos por 2 casas fechadas e continuamos em direção a Carrancas. Encontramos uma casa com vários carros antigos desmontados que estava com uma luz acesa. Resolvemos chamar e saiu um senhor moreno, cabelo grisalho de aproximadamente 55 anos e um outro mais claro de aproximadamente 40 anos.
Explicamos que estávamos caminhando e pedimos um pouco de água. Perguntamos se ele nos levaria até a cidade, mas ele ficou com medo e deu a desculpa que estava sem gasolina.
Continuamos caminhando pela estrada em direção a Carrancas. Por volta das 21:30 conseguimos sinal de celular e fizemos contato com Erasmo novamente, mas ele não conseguiu identificar onde estávamos.
Emmanuel vai virar caricatura na lapiseira de Paulo Gaia

Pedi ajuda à minha esposa. Ela consultou o telefone de uma pousada em Carrancas: Pousada Luz do Sol. Liguei e conversei com Adriana. Ela conseguiu identificar o lugar onde estávamos e foi muito prestativa, enviou o irmão dela (Idelvando) para nos resgatar. Ele foi muito atencioso, nos buscou na estrada principal que vai para a Cachoeira das Esmeraldas. Estávamos a uns 7 km da cidade e famintos.
Idelvando passou numa pizzaria, nos esperou enquanto encomendamos uma pizza gigante, depois nos levou para a Pousada Luz do Sol. Os quartos impecáveis de tão limpos, colchões macios e um banho quente.
No outro dia, guiados por Idelvando, fomos até a Cachoeira das Esmeraldas e subimos até o alto da Serra de Carrancas concluindo a nossa trilha. Conseguimos formatar uma trilha de 25 km com chegada na Cachoeira das Esmeraldas.
Em seguida retornamos para a casa de Paulo Gaia em Itutinga, onde estava o nosso carro. Comemos um delicioso pão de queijo com molho rose e peito de frango desfiado feito por Mariana (esposa de Paulo Gaia), enquanto Emmanuel conversava com Paulo.
Qualquer dúvida estou à disposição. 

Marcelo Pereira 

Caminhada Mineira

Contatos:

Face: Caminhada Mineira


e-mail: caminhadamineira@gmail.com


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Itutinga: a terra do apagão



Itutinga é a única cidade brasileira que tem duas hidrelétricas, Itutinga e Camargos, e nem por isso tem um abastecimento de energia elétrica de qualidade. Com o início das chuvas os apagões têm sido constantes: choveu forte, acabou a energia. Mas quando a chuva passa as luzes continuam apagadas. Os apagões duram em média 4 horas e abrangem toda a cidade. Nos últimos 8 dias foram 4 blecautes, ou seja: 16 horas sem luz! Além de pagar a energia mais cara do país, ter duas usinas em pleno funcionamento, o consumidor itutinguense recebe um péssimo fornecimento por parte da CEMIG, que garante ter “A melhor energia do Brasil” [sic].
O serviço de manutenção da rede elétrica do município é terceirizado pela CEMIG à Encel, empresa de Belo Horizonte com filiais em Barbacena e São João Del Rei, de onde saem as equipes de manutenção na rede no caso de reclamações. A empresa não mantém uma equipe na localidade para um atendimento mais rápido.
No último domingo, dia 16 de dezembro, o apagão começou por volta de 6 da manhã e se estendeu até quase à hora do almoço, impedindo o torcedor do Corinthians, simpatizantes e anti-corinthianos de assistir ao espetáculo da final do Campeonato Mundial de Futebol contra o Chelsea. O “bando de loucos” de Itutinga, a legião da Nação Corinthiana, não pôde ver o seu time levantar a taça do Bicampeonato. Quem paga esse prejuízo?
Com o descaso da CEMIG e da Encel, Itutinga continua ao deus-dará!


segunda-feira, 20 de junho de 2011

Itutinga continua na contramão de direção do turismo




A Garganta, importante ponto de visitação do município de Itutinga, foi definitivamente arrancada da população. Primeiro ela foi cercada por um “quilométrico” muro (ver postagem) que imprediu o acesso por terra. Agora ela foi cercada por arame farpado para dificultar o acesso de quem tenta alcançá-la por água.
O acesso à água e aos Bens da União, direitos constitucionais do brasileiro, estão barrados ao turista e ao cidadão sem que o Poder Público tome uma atitude!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Restaurante do Jorge no SABORES DE MINAS



Por Paulo Gaia

Com apenas 6 anos em Itutinga trabalhando com a gastronomia local, Jorge não só inovou, mas influenciou a maneira de se preparar, servir e comer peixe. Seus filés não são retalhados, mas desossados, e os espinhos mais recônditos são retirados a pinça! As iguarias são assadas e servidas sobre pedra, e os clientes desavisados acabam voltando, não só pela avidez de saborear novamente um excelente prato, mas para desfrutar da simpatia do maitre, da simplicidade do local e do aprazível atendimento.
Todas essas características levaram o Peixe à Parmegiana na Pedra, especialidade do Restaurante do Jorge, às páginas do Sabores de Minas do jornal Estado de Minas. Clicando nas fotos você pode ler a íntegra da matéria e ainda aprender a preparar um delicioso curimba à parmegiana com receita do próprio Jorge!
Bon appétit! Ou melhor: Bom apetite, uai!

segunda-feira, 14 de junho de 2010

A Festa de Santo Antônio em Itutinga - MG1

Luciano Hermes da Silva

Junho é tradicionalmente o mês de festas juninas. Cidades, paróquias, comunidades e entidades as organizam no intuito de prestar homenagem ao seu santo padroeiro, como por exemplo, Santo Antonio, em Itutinga - MG. Diferente das circunstâncias das festas juninas de um passado não tão distante, o evento saiu do mundo rural e é comemorado nas cidades com requintes do universo caipira, mas também atendendo as demandas do mundo contemporâneo, mesmo que ela ocorra descaracterizada, oferecendo elementos de outras culturas além daquela tradicional do homem do interior.

A festa junina da atualidade é apenas um estereótipo da festa caipira do século XIX, uma espécie de folclore do homem rústico, recentemente transformado em uma representação absorvida pela indústria cultural, que rigidamente modelou a festa no que se vê hoje.




O sociólogo Antônio Cândido, na obra “Os Parceiros do Rio Bonito”2, já havia anteriormente demarcado o caipira através de três conceitos que ajudam a alimentar o folclore de sua imagem: mínimo vital (satisfação imediata da existência), mínimo social (sociabilidade limitada ao parentesco e vizinhança) e rusticidade (não demanda nada do mercado além do básico). A partir destas demarcações, Cândido contextualizou e expôs como o mundo caipira era sustentado e como suas necessidades giravam em torno de um equilíbrio da economia agrícola. Ele foge dos excedentes.



Nessa perspectiva, a festa junina era um evento de rara chance em que tinha o caipira de encontrar com pessoas diferentes, pois ao contrário do mundo urbano, no espaço rural de outrora uma comunidade era afastada da outra e só se encontravam em eventos deste porte. Trata-se de um evento do calendário agrícola, tendo como referência a origem dessas festividades ainda na Europa Medieval.
Tributos a Santo Antônio, São João e demais entidades divinas eram tradicionais na Europa Medieval durante junho porque é o mês da chegado do verão, ou seja, das colheitas. Era uma forma do homem medieval, extremamente religioso, fazer oferendas e pedir sucesso no seu plantio de subsistência. Para entender ainda mais a gênese dessas festas, pode-se retomar a Antiguidade Clássica. Na Roma e Grécia Antiga essas festas eram relacionadas ao Deus do Fogo, devido à estação quente que chegava. Por isso existem fogueiras nas festas, denotando enfim a origem pagã de um evento contemporâneo envolvido diretamente com o cristianismo.

As festas de hoje em dia já vêm com tudo pronto. Tudo empacotado e pronto para comer.
Não há união, vizinho não conhece vizinho. Nas ruas não se pode mais fazer fogueira. Balões são proibidos de soltar. As festas são organizadas por clubes, escolas e entidades assistenciais.
Fazem-se shows de pagode, convidam-se grandes astros para incrementarem as festas e assim ganharem mais dinheiro. São festas comerciais. Não há mais inocência, romantismo, cooperação e fraternidade.

1 Este texto foi elaborado a partir de anotações de aulas do curso de Sociologia, do projeto Educação de Jovens e Adultos da Escola Estadual Jaime Ferreira Leite (Itutinga - MG), no ano de 2009 e com base nos textos de Ivalda Nazaré e André Ferreira.
2 CÂNDIDO, Antônio. Os parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 7ª ed., 1987.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sobre os sistemas agroflorestais



A idéia é que essa seja a primeira de muitas postagens sobre a Agroecologia e sobre a Agrofloresta, em particular.
Em Itutinga a produção agropecuária é organizada de modo a atender, principalmente, os mercados consumidores de laticínios e de carne bovina. Os impactos ambientais são enormes. A contrapartida econômica é desvantajosa para a maioria dos produtores. A segurança alimentar não é garantida. A produção é altamente dependente de produtos agroquímicos.
A agroecologia se baseia na diversificação da produção aliada à conservação dos recursos naturais, da biodiversidade e à recuperação das áreas degradadas.
Está em gestação um sistema agroflorestal de caráter experimental para que as práticas agroecológicas se tornem conhecidas e quem sabe, sejam assimiladas e multiplicadas em Itutinga.
Um sistema agroflorestal (SAF) é uma forma de produzirmos alimentos ao mesmo tempo em que conservamos ou recuperamos a natureza. Isso é possível porque nessa forma de produção, ao invés de retirarmos toda a vegetação original e plantarmos apenas uma cultura em uma larga extensão de terra, procuramos entender o funcionamento da natureza e imitá-la, utilizando as relações entre os seres vivos a nosso favor e estimulando a biodiversidade.
Nas agroflorestas utilizamos culturas agrícolas, árvores e animais em um manejo que leva em consideração o tempo e o espaço, no qual é muito importante o conhecimento das características de cada espécie utilizada e sua relação com as demais. A adubação é feita de forma natural, com os recursos disponíveis e com a dinâmica de ciclagem de nutrientes típica das florestas, através da poda das árvores e da adubação verde. Não utilizamos agrotóxicos nem adubos químicos, pois só causam contaminação química e mais desequilíbrio, indo contra a técnica da agrofloresta (que propõe um controle natural das pragas através do restabelecimento do equilíbrio ecológico).

Vantagens dos SAF’s

1 - Os SAF’s aliam a produção de alimentos com a conservação do meio ambiente.
_ Quando não usamos venenos e químicos, não poluímos as águas, o solo e os alimentos;
_ Os SAFS ajudam a controlar a erosão dos solos;
_ Diminuem a necessidade de derrubar a floresta para abrir novos roçados;
_ Grande eficiência na ciclagem de nutrientes;
_ Ajudam a manter a fauna, permitindo realizar a caça racional;
_ Uma terra plantada com roça de forma convencional produz bem durante poucos anos, após os quais há uma queda na produção, enquanto os SAF’s duram de 100 a
200 anos;

2 - Os SAF’s são importantes na recuperação de áreas degradadas.
_ São utilizadas espécies poucos exigentes quanto a qualidade do solo, capazes de melhorar a terra para as espécies mais exigentes;
_ No consórcio de espécies, uma planta ajuda a outra a se desenvolver;
_ Ao longo do tempo, a terra vai se recuperando naturalmente;
_ A sucessão natural é o trabalho da própria natureza pra se recuperar;
_ Os SAF’s cumprem duas funções ao mesmo tempo, pois durante a recuperação da área são produzidos alimentos e outros produtos;

3 - Segurança alimentar.
_ Melhoria da alimentação das populações rurais e dos consumidores;
_ O alimento produzido sem adubos químicos é mais rico em nutrientes e mais saudável;
_ O alimento produzido sem veneno não faz mal à saúde;
_ Melhoria da qualidade de vida de quem come e de quem produz;
_ Consumindo alimentos das agroflorestas, estamos colaborando diretamente com a preservação da natureza;

4 - Os SAF’s facilitam o trabalho do agricultor.
_ Melhor distribuição da mão-de-obra ao longo do ano;
_ Tornam mais confortável o trabalho na roça;
_Quando bem estabelecidos, continuam produzindo sem exigir muita mão-de-obra em tarefas de tratos culturais e manejos;
_ Por manter o solo produtivo por longos períodos, ajuda a fixar o agricultor a terra e lhe dá mais tempo livre no dia-a-dia;
_ Garantia de produção e renda para as gerações futuras;
_ Valorizam a cultura local;
_ Melhoria da qualidade de vida dos produtores e produtoras;

5 - Benefícios econômicos.
_ Aumenta a renda familiar;
_ Custos de implantação e manutenção são acessíveis aos pequenos agricultores;
_ Intensificação do grau de utilização da área;
_ Menor risco aos produtores, devido a maior diversificação da produção;
_Construção de capital “em pé”, para o caso de emergências;
_ Diminui o custo com insumos externos;

Desvantagens dos SAF’s

1 - O manejo é um pouco mais complicado.
_ Os conhecimentos dos agricultores e técnicos sobre os SAF’a ainda são muito limitados;
_ Pouco conhecimento sobre alelopatias* ;
_ Distanciamento e espaçamento devem ser decididos pra cada espécie;
_ Utilização de espécies que podem ser novas aos agricultores;
_ Requer maior capacidade de observação e maiores conhecimentos;
_ Os efeitos benéficos dos SAF’s dependem da qualidade e periodicidade do manejo;

2 - Desvantagens econômicas.
_ O retorno do capital pode ser mais lento;
_ O manejo incorreto pode diminuir o rendimento dos cultivos agrícolas;
_ Atualmente os produtos gerados pelos SAF’s têm mercados limitados (necessidade de organização em associações e cooperativas);

3 - Outras
_ Aumenta a competição por luz, água e nutrientes;
_ Difícil mecanização com as máquinas atuais;
_ As árvores, quando grandes e velhas, podem causar acidentes;
_ Ausência de pesquisas para os cultivos consorciados;

* "Capacidade de as plantas, superiores ou inferiores, produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento"